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Shutdown: O silêncio que também é pedido de acolhimento

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Assim como há tempestades barulhentas, também existem calmarias silenciosas que exigem igual atenção. O “shutdown” é uma delas: um mecanismo de autoproteção. Quando a sobrecarga é muito grande, em vez de explodir, como no caso do meltdown, o cérebro “desliga” — há uma retração, e a criança pode ficar em silêncio, imóvel ou até parecer distante.


O que pode levar ao shutdown?


  • Sobrecarga sensorial ou emocional: O excesso é tão intenso que resta apenas “desconectar” como forma de defesa;

  • Fadiga extrema ou ansiedade: Após períodos de muita pressão, a criança pode precisar se recolher para se reorganizar;

  • Ambientes exigentes demais: Demandas além da capacidade momentânea também podem levar ao shutdown.


Como reconhecer um shutdown?


Alguns sinais incluem:


  • Silêncio repentino ou recusa em falar;

  • Paralisia, olhar distante ou falta de reação a estímulos;

  • Isolamento, desejo de ficar em um canto ou afastar-se das pessoas;

  • Mudanças de postura (encolher-se, cobrir o rosto ou os ouvidos);

  • Dificuldades para responder perguntas ou seguir instruções simples.


Vale dizer que, muitas vezes, o shutdown pode ser confundido com timidez, cansaço ou desinteresse e, por isso, é importante distinguir para oferecer a ajuda certa.

Como apoiar durante um shutdown?


  • Respeite o silêncio: Evite pressionar para que a criança fale ou reaja;

  • Ofereça um espaço seguro e tranquilo: Às vezes, só estar por perto já é suficiente;

  • Acolha sem pressa: Frases como “Pode ficar aqui o tempo que quiser” transmitem segurança;

  • Mantenha rotina previsível: Isso diminui o risco de sobrecargas futuras;

  • Observe e relate situações que antecederam o shutdown: Isso pode ajudar a prevenir novas crises.


Prevenção e apoio no cotidiano


  • Crie momentos de pausa e descanso nas atividades;

  • Permita que a criança leve consigo objetos de conforto (fones, brinquedos sensoriais);

  • Incentive o uso de recursos visuais para comunicação;

  • Esteja atento às pequenas mudanças de comportamento, pois elas são sinais importantes.


No Jardim Autista, entendemos que cada criança traz um universo próprio de experiências e maneiras de reagir ao mundo. O shutdown é um lembrete de que o acolhimento silencioso — o respeito ao tempo e ao espaço do outro — também faz parte da intervenção educativa e afetiva.


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