Shutdown: O silêncio que também é pedido de acolhimento
- biaoliveirajardim
- 12 de jun.
- 2 min de leitura

Assim como há tempestades barulhentas, também existem calmarias silenciosas que exigem igual atenção. O “shutdown” é uma delas: um mecanismo de autoproteção. Quando a sobrecarga é muito grande, em vez de explodir, como no caso do meltdown, o cérebro “desliga” — há uma retração, e a criança pode ficar em silêncio, imóvel ou até parecer distante.
O que pode levar ao shutdown?
Sobrecarga sensorial ou emocional: O excesso é tão intenso que resta apenas “desconectar” como forma de defesa;
Fadiga extrema ou ansiedade: Após períodos de muita pressão, a criança pode precisar se recolher para se reorganizar;
Ambientes exigentes demais: Demandas além da capacidade momentânea também podem levar ao shutdown.
Como reconhecer um shutdown?
Alguns sinais incluem:
Silêncio repentino ou recusa em falar;
Paralisia, olhar distante ou falta de reação a estímulos;
Isolamento, desejo de ficar em um canto ou afastar-se das pessoas;
Mudanças de postura (encolher-se, cobrir o rosto ou os ouvidos);
Dificuldades para responder perguntas ou seguir instruções simples.
Vale dizer que, muitas vezes, o shutdown pode ser confundido com timidez, cansaço ou desinteresse e, por isso, é importante distinguir para oferecer a ajuda certa.
Como apoiar durante um shutdown?
Respeite o silêncio: Evite pressionar para que a criança fale ou reaja;
Ofereça um espaço seguro e tranquilo: Às vezes, só estar por perto já é suficiente;
Acolha sem pressa: Frases como “Pode ficar aqui o tempo que quiser” transmitem segurança;
Mantenha rotina previsível: Isso diminui o risco de sobrecargas futuras;
Observe e relate situações que antecederam o shutdown: Isso pode ajudar a prevenir novas crises.
Prevenção e apoio no cotidiano
Crie momentos de pausa e descanso nas atividades;
Permita que a criança leve consigo objetos de conforto (fones, brinquedos sensoriais);
Incentive o uso de recursos visuais para comunicação;
Esteja atento às pequenas mudanças de comportamento, pois elas são sinais importantes.
No Jardim Autista, entendemos que cada criança traz um universo próprio de experiências e maneiras de reagir ao mundo. O shutdown é um lembrete de que o acolhimento silencioso — o respeito ao tempo e ao espaço do outro — também faz parte da intervenção educativa e afetiva.
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